BERBERT, GABRIELA H, GIRARDI, JOSE M, SILVA, BRUNO G P P, PAIVA, ALI- NE C M, BANDEIRA, WILLTERSON C, ALMEIDA, MAIRA F, LUPATINI, EVAN- DRO O e ANDRADE, FELIPE C Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, BRASIL – Serviço de Cardiologia – HU UFJF, Juiz de Fora, MG, BRASIL.
Introdução: A combinação simultânea de medicamentos na prática clínica é comumente utilizada para melhorar a eficácia terapêutica ou reduzir efeitos adver- sos dos agentes farmacológicos. Entretanto, há o risco de interações medica- mentosas que podem resultar em aumento ou redução da eficácia terapêutica, podendo culminar em efeitos indesejáveis ou mesmo tóxicos.
Objetivo: Análise das interações medicamentosas nas prescrições hospitalares de cardiopatas acima de 70 anos de idade. Metodologia: Estudo transversal de coorte retrospectiva. Foi utilizada a base de dados Micromedex® 2.0 para análise de interações me- dicamentosas nas prescrições médicas um dia antes da alta hospitalar, a partir de uma amostragem consecutiva não aleatória, constituída de 20 indivíduos car- diopatas acima de 70 anos de idade, no período de janeiro a dezembro de 2011. Análise Estatística: Para análise estatística descritiva foi utilizado o programa Mi- crosoft Office Excel® 14ª versão.
Resultados: De 59 pacientes internados no pe- ríodo, 20 (34%) apresentaram idade variando de 70 a 98 anos (média 81,1). Destes, 13 (65%) eram do sexo feminino. As causas mais comuns das internações hospitalares foram: fibrilação atrial em 8 (40%) e insuficiência cardíaca congestiva em 6 (30%). Os fármacos mais frequentemente prescritos foram: furosemida (14/20 – 70%), captopril (9/20 – 45%), varfarina (9/20 – 45%), heparina (8/20 – 40%) e amiodarona (6/20 – 30%).
O número de medicamentos prescritos por paciente variou de 5 a 14 (9,65). Foram encontradas interações em 19 das 20 prescrições, sendo essas classificadas em maiores (18 ocorrências), moderadas (52 ocorrên- cias) e menores (1 ocorrência). Não houve nenhuma interação contra-indicada. Entre as maiores prevaleceram amiodarona e varfarina, enoxaparina e varfarina; moderadas, captopril e furosemida, losartan e espironolactona, heparina e var- farina.
Conclusões: Interações medicamentosas são frequentes nas prescrições hospitalares. Embora nem todas possuam valor clínico, a difusão do conhecimen- to acerca das interações medicamentosas deve ser ampla e multiprofissional, no sentido de reduzir os eventos adversos e promover o uso racional de medicamen- tos, conduzindo assim, à melhoria contínua da assistência ao paciente.