Palestrantes do 19º Congresso Sabincor de Cardiologia destacaram as vantagens da atividade física para pacientes com doença arterial coronariana
Com o tema “Reabilitação Cardíaca em pacientes com DAC, a professora Lilian Pinto da Silva, pós-graduada em Ciências da Reabilitação e da Educação Física, líder emergente da World Heart Federation e também pesquisadora, coordenadora do grupo de pesquisa InCFEx (Núcleo de Investigação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício), abordou, inicialmente, o histórico e a definição da reabilitação cardiovascular. A especialista explicou que, na década de 1960, foram documentados os benefícios da deambulação, durante a hospitalização prolongada por eventos coronários, e também foi definido o que é a reabilitação cardíaca.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a reabilitação cardíaca como uma forma de tratar indivíduos que têm doença arterial coronariana, que sofreram um evento coronário, sendo definida como somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes com doenças cardiovasculares as melhores condições física, mental e social, de forma que consigam, pelo seu próprio esforço, levar uma vida ativa e produtiva”, esclareceu.
Os efeitos do treinamento físico são favoráveis aos pacientes com grande área cardíaca acometida por infarto, com disfunção ventricular esquerda e insuficiência cardíaca. Essa reabilitação é de natureza multidisciplinar, que deve incluir um acompanhamento interdisciplinar com assistente social, enfermeiro, fisioterapeuta, médico, nutricionista, psicólogo, profissional de educação física, entre outros.
“A reabilitação cardiovascular tem seis componentes fundamentais: mudanças de comportamento em saúde e educação, o manejo do risco, a saúde psicossocial, o manejo dos fatores de risco (estilo de vida), avaliação e auditação do programa e estratégias de acompanhamento desses pacientes a longo prazo,
sendo mudanças de comportamento em saúde e educação o pilar central”, contou Lilian.
Outro convidado para o último dia de palestras do 19º Congresso foi o professor da Faculdade de Educação Física da UFjF, atual vice-diretor e também pesquisador do grupo de pesquisa InCFEx (Núcleo de Investigação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício), Daniel Godoy Martinez, que abordou o tema “Efeito do treinamento físico em pacientes com doença arterial coronariana”.
Ele começou falando da importância dos exercícios físicos na reabilitação dos pacientes. “A Diretriz Brasileira de 2020 mostra que a reabilitação cardiovascular baseada em exercício é recomendação 1, nível de evidência A. Isso significa que quem não estiver indicando ou encaminhado os seus pacientes para a reabilitação cardiovascular não estará oferecendo o melhor tratamento”, enfatizou o professor, que mostrou estudos que mostram que quanto maior o nível de atividade física, menor é a taxa de mortalidade dos pacientes.
O especialista mostrou que com apenas seis meses de treinamento físico, o paciente já aumenta o VO2 em comparação aos pacientes que não realizaram exercícios físicos. Além disso, os exercícios ajudam na melhora da função endotelial, na regressão da placa aterosclerótica, na formação de colaterais e também no desenvolvimento de novos vasos, sem contar na melhora da qualidade de vida. O encontro foi moderado pelos professores Mateus Laterza e Diane Michela Nery Henrique.